Discriminação
Discriminação

Ninguém duvida que há um estigma ligado a quem tenha doença mental. Este preconceito isola o indivíduo em relação aos outros, como se fosse uma pessoa marcada pelo passado de doença.

As relações sociais ficam muitas vezes prejudicadas, como se o doente fosse um ser à parte.

A discriminação contra as pessoas com doença mental pode tomar diversas formas, entre elas dificuldade em procurar ajuda, isolamento ou despedimentos, porque, por exemplo, o doente estava com uma medicação nova.

Com base nesta discriminação, aqueles que se recompuseram de uma doença mental escondem-se frequentemente atrás de um “disfarce”, de modo a manter o seu passado secreto, quando se candidatam a novos empregos.

Se têm problemas com uma nova medicação, explicam ser um tratamento para a diabetes ou para a tiróide.

A necessidade de esconder resulta de um receio fundado de se ser rejeitado e desvalorizado, devido a uma doença, como se esta fosse um mal.

O estigma à volta da doença mental pode tomar ainda uma forma menos evidente.

O uso generalizado da etiqueta “doente mental” para classificar as pessoas com doenças mentais, pode tornar-se estigmatizante para as pessoas, como se fossem membros de um grupo indesejável. Palavras como “maluco”, “esquizofrénico” e “maníaco”, são vulgarmente utilizadas na linguagem do dia-a-dia. Quem recorre a um psicólogo ou psiquiatra, por exemplo, é, imediatamente, classificado de maluco, pois em Portugal não é ainda comum recorrermos a este tipo de ajuda.

Os “Media” podem contribuir muito para irradiar a discriminação, promovendo a compreensão e educação do grande público acerca destas doenças, mas também podem ser prejudiciais ao divulgar conceitos errados e negativos, reforçando-o em grande escala.

Os debates televisivos mostram, com frequência, uma versão negativa dos possíveis efeitos secundários causados por algumas formas de tratamento das doenças mentais, não apresentando ao público os tratamentos bem-sucedidos, que ajudaram e ajudam milhões de pessoas a retomarem as suas vidas normais.

O mais importante a reter pelos representantes dos “Media” e pelo público em geral é que os doentes mentais são pessoas como todas as outras e que as doenças se tratam, como as outras.

As pessoas deverão ser julgadas pelos seus méritos próprios, e não pela doença de que sofrem e pelo estigma a ela ligado.

Os preconceitos estigmatizantes são fruto da ignorância. São ainda importantes os obstáculos que os doentes que sofrem ou sofreram de doenças mentais têm de desafiar e ultrapassar, no seu caminho para uma recuperação.

As pessoas têm por hábito dizer que o doente mental é fraco, pois tem um problema que não consegue resolver, mas que nós conseguiríamos enfrentar com facilidade.

Tornando-nos mais atentos às doenças mentais, podemos contribuir para criar as merecidas oportunidades a estas pessoas, permitindo-lhes levar uma vida normal e um regresso à comunidade como membros produtivos, auto confiantes e capazes de desenvolverem todo o seu potencial.


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